domingo, dezembro 02, 2007

Festival Artivist em Lisboa

Criado há 4 anos atrás em Los Angeles, o Festival Artivist faz uma passagem pelo forum Lisboa (Av. de Roma, em frente ao c.c. Acqua e antes do Magnollia Caffe) estes dias 2 e 3 de Dezembro. Esta não é uma passagem completa do festival mas sim uma pequena introdução do que a organização pretende oferecer algures durante o verão de 2008.

Antes de mais e porque quem estiver a ler isto já perdeu um dos dias, aconselho seriamente a não perderem o dia de amanhã a não ser que não possam mesmo lá estar. O bilhete é de 2€ no geral e gratuito para estudantes e reformados.

Passo a citar o programa de segunda presente no site LX/Jovem:

"18h – 20h: Sita: a girl of Jambu / Glue Boys
Ganhou o prémio de Melhor Filme – Direitos das Crianças, em 2006, e é uma adaptação de um drama de rua representado por meninas de uma vila do Nepal. Neste documentário narrado, Sita, bela jovem da aldeia remota de Jambu, apaixona-se por Sushil, motorista de riquexó. Mas quando o seu acordo de matrimónio falha, ela conhece um estranho que lhe promete uma vida nova na cidade. Sita é confrontada com uma escolha que modificará a sua vida para sempre. Gravado inteiramente no Nepal.

Glue Boys contempla o mundo de 150 milhões de crianças de rua e documenta o dia a dia desta condição em Kitale, no Quénia. Também desvenda a dependência de inalar cola, a cadeia de distribuição dos negociantes de rua de segunda categoria que a distribuem, as autoridades que o permitem e as corporações multinacionais que lucram com a situação.

20h30 – 22h: Occupation 101
Uma análise exaustiva dos factos e verdades escondidas em torno do conflito israelo-palestino, que desmistifica muitos dos seus mitos e conceitos errados. O filme também detalha a vida dos palestinianos sob domínio israelita, o papel dos Estados Unidos no conflito e os grandes obstáculos que estão no caminho de uma paz duradoura e viável. Imagens raras, comentário e pensamentos provocadores são apresentados a partir da voz de líderes académicos do Médio Oriente, activistas da paz, jornalistas, líderes religiosos e trabalhadores humanitários."


Hoje foi um dia dedicado aos direitos dos animais e à filosofia inerente ao activismo.

O programa abriu com um pequeno documentário (15 min) de nome Into the Ocean, abordando o tema do impacto que a humanidade tem tido na diversidade e sustentatiblidade dos oceanos. Um filme conciso e esclarecedor do papel dos mares no planeta e da falta de respeito a que a sociedade moderna o tem condenado.

No entanto mesmo os piores sentimentos negativos que este David não são nada comparáveis com a dimensão goliática que se seguiria. Estou a falar do documentário Earthlings, narrado por Joaquin Phoenix e muito honestamente ainda terei de digerir em vários dias tudo aquilo que os meus olhos viram numa hora e meia de filme.

Uma coisa é certa, depois deste filme ninguém terá mais dúvidas se consegue ou não ser vegetariano e duvido que mesmo que não se torne 100% vegetariano, consiga comer um prato de carne sem rever na cabeça a realidade da viagem dessa para o prato.

Poderia gastar mil palavras, mas prefiro que vejam o trailer:



Se tiverem uma boa ligação à internet ou uma PSP, podem ver o documentário na integra no link:
http://video.google.com/videoplay?docid=-1282796533661048967

Lembrem-se, aquilo que vão ver é a realidade, não são efeitos especiais e não são embustes. Felizmente no nosso pais as coisas ainda não chegaram ao estado ali ilustrado, mas sei de experiência própria que por muito menos brutal que seja a situação continua a ser cruel.

Felizmente o programa foi pensado (no caso de quem lá ficou) de forma a minorar um pouco o efeito deste filme e seguiu-se uma hora depois, Dalai Lama Rennaisance com voz de Harrison Ford. Um documentário que não pode deixar ninguém sem um sorriso nos lábios e que pessoalmente me fez por várias vezes rir a bom gosto. Não porque seja uma comédia mas porque a atitude positiva e enérgica deste Prémio Nobel da Paz só nos pode transmitir a alegria e felicidade que apregoa.

Mais uma vez, só mesmo vendo o filme conseguirão perceber o impacto que ele tem. A mensagem que fica é que para mudar o mundo temos primeiro que nos mudar a nós próprios e que em vez de queremos libertar o Tibete, devemos resolver os nossos próprios tibetes...



Sei que este post não tem necessariamente a ver com design e por isso peço desculpa, mas achei que era demasiado importante para não usar todos os meios de divulgação ao meu alcance.

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